quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O som das palavras...



E um por do sol em Paris...
Crédito para a foto de Aixa. Obrigada!

Então comecei a ler o livro: Os cadernos de Malte Lurids Brigge - Rainer Maria Rilke.
Na página 17 ele escreve:
"Hoje tivemos uma bela manhã outonal. Caminhei pelas Tulherias. Tudo que estava a leste, diante do sol, ofuscava. O que era tocado pela luz se achava coberto pela neblina como se fosse uma corina cinza-clara. Cinzentas contra o fundo cinza, as estátuas tomavam sol nos jardins ainda não desvelados. Flores isoladas nos longos canteiros se levantavam e diziam com uma voz assustada: vermelho. Então um homem muito alto e esbelto dobrou a esquina, vindo dos Champs-Elysées; tinha uma muleta, mas não a usava mais sob o braço - segurava-a diante de si, leve, e de vez em quando a batia no chão firme e sonoramente como um caduceu. Ele nãp pode conter um sorriso de alegria e sorriu para todos os que passavam, para o sol, para as árvores. Seu passo era timido como o de uma criança, mas singularmente leve, cheio de lembranças de caminhadas de outrora."

Com o som das palavras de Rilke, o texto só pode ser para o post anterior, mas ainda não tinha comprado o livro e nem lido o ensaio: "Em defesa do romance." Escrito por Mario Vargas Llhosa, na revista Piauí 37_ Outubro 09. Quer recomendação melhor?...

Beijos.
Anny(@Annyllinha)

12 comentários:

  1. Anny,meu falecido tio Cabral ia todos os anos para Paris.Eele dizia que era linda na primavera. mas vejo que no outono também.adorei o texto!
    Bjs!

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  2. O interesse do europeu pelas estações sempre me pareceu exótico. Nós temos a alegria perene do sol. Quase não sentimos quando ele se esconde, tão exibido que é o ano todo. Porém, por lá a coisa é diferente e desperta nas pessoas uma saudade, que por aqui encontra outro tema para o mesmo sentimento.
    Posso dizer que este sentimento é algo de belo que resta no humano.
    O mundo parece que se torna pouco a pouco mais triste. Não sei avaliar, é apenas uma impressão vista através da cortina cinza. Beijos.

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  3. Leslie:
    Fico olhando estas fotos dá para sonhar com elas. Saão muito lindas. Sinal que a realidade pode sim, ser encantadora.
    Obrigada pela visita.
    Beijos.
    Anny.

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  4. Djabal:
    Você já leu este livro do Rilke? É um livro autobiográfico. Triste, mas as palavras dele são alguma coisa assim que eu diria eletrizante. Você não quer parar de ler. Está recomendado...
    Obrigada pelo comentário.
    Beijos.
    Anny.

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  5. Já tinha deixado comentário aqui, mas a publicação pelo celular falhou.
    Anny deve ser uma cidade linda, papai morou lá quando saiu da faculdade.
    Bom fim de semana e um ótimo feriado
    Bjs

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  6. Milton:
    Ainda não conheço Paris, mas quem sabe um dia?
    Obrigada pelo comentário.
    Beijos.
    Anny.

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  7. Eu descobri Rainer Maria Rilke em uma citação, bem no começo do livro "A escolha de Sofia" de William Styron e acho que o livro que lê agora é tradução de Lya Luft antes da fama. Veja aí.
    Sabemos que quando alguém tem pouco tempo de vida, dá mais valor à vida. É da natureza humana dar valor aquilo que não possui e aos nossos sentimentos, ficamos mais acessíveis.

    “...estou aprendendo a ver. Não sei o que provoca isso, tudo penetra mais fundo em mim, e não pára no lugar onde costumava terminar antes. Talvez um interior que ignorava. Agora, tudo vai dar aí. E não sei o que aí acontece.”

    Talvez o outono de Paris seja mais bonito de se ver do que de sentir, para nós. E assim como para eles o nosso verão é lindo de ver mas ao sentir na pele, de um grande sofrimento. E depois que acostumamos a olhar o belo, não enxergamos mais a sua beleza. Beijus,

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  8. Luma:
    Que bom poder dividir um pouco do que estou lendo...
    O livro que estou lendo não é trdução de Lya Luft e sim de Renato Zwick e uma das partes que me impressinou muito está na pág 09 segundo capítulo:
    "Será que eu já disse? Aprendo a ver. Sim, estou começando. Ainda é difícil. Mas quero aproveitar o meu tempo.
    Eu nunca tinha percebido, por exemplo, que xistiam tantos rostos. Há um número imenso de pessoas, mas o número de rostos é muito maior, pos cada uma delas possui vários."
    Isto me impressionou tanto, que saí para pagar uma conta e fazer supermecado. Fiquei observando os rostos das pessoas nas filas...e me deu o que pensar por muitos dias.
    Pois é, ler é experimentar as emoções de quem escreveu e conseguir olhar pela sua janela.
    Também pode ser o que você descreveu com propriedade. "Depois que acostumamos a olhar o belo, não o exergamos mais."

    Penso que é uma honra para mim te-la como comentarista. Pois divide o que tem de mais precioso:
    Seu conhecimento e suas considerações inteligentes sobre os livros lidos.
    Beijos.
    Seja sempre bem vinda.
    Anny.

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  9. Recepitivo Mineiro:
    Que bom. Minas e mineiros são especiais em qualquer lugar, não é mesmo?
    Obrigada pela visita.
    Atémais.
    Anny.

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  10. Oi Anny
    Vim te convidar para participar de uma promoção no meu blog...passa lá!
    Beijão

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